Matéria veiculada no final de semana traz de que forma os candidatos da direita buscarão cativar um eleitorado muito específico: os seguidores do bolsonarismo. Com seis prefeituráveis, Santa Maria é um nicho expressivo do presidente Jair Messias Bolsonaro, atualmente sem partido.
Com mais de 90 mil votos, em 2018, Santa Maria deu cerca de 60% dos votos válidos ao mito surgido nas redes sociais. Justamente por isso que o eleitorado de Bolsonaro é alvo de cobiça e desejo de todos os candidatos da direita local.
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QUEM SÃO
Assim, Sergio Cechin (Progressistas), que é o vice-prefeito, tem maiores chances de ser o nome dos votantes do capitão-presidente. Primeiro porque o PP é tradicionalmente um partido mais conservador que os demais. E, por tabela, os eleitores e filiados da sigla também o são. Soma-se a isso o nome do senador Luis Carlos Heinze, que tem sido um porta-voz da União em solo gaúcho e, principalmente, para as demandas de Santa Maria.
AFINIDADE
Além do que a afinidade de Heinze com Bolsonaro ficou ainda mais estreita após a pandemia, uma vez que ambos comungam do entendimento que o "fique em casa" mostra-se um atestado de morte da produção econômica do país.
Cechin, junto ao eleitorado de Bolsonaro, também pontuou no episódio das 50 mil doses de cloroquina para Santa Maria, que veio à tona em julho. À época, o vice-prefeito entregou um documento em que solicitava a aquisição de hidroxicloroquina, azitromicina, zinco e ivermectina para serem disponibilizados à população por meio de prescrição médica. Isso, sem dúvida alguma, deu uma impulsionada no nome do prefeiturável junto ao eleitor verde-amarelo.
BANDEIRAS
E Jader Maretoli (Republicanos), do partido do senador Flavio Bolsonaro, um dos filhos do presidente, tem bandeiras que são as mesmas do presidente: a defesa da família, dos bons costumes.
- Temas que, até o pleito de 2016, poderiam soar apenas pautas de evangélicos, e hoje são vistos como um braço do que pensa e do que quer o eleitor do presidente - avalia Jader Maretoli (Republicanos).
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PSL LOCAL
O PSL, partido de Bolsonaro em 2018, estará neste pleito com o PSDB. O prefeito Jorge Pozzobom terá como vice o nome do empresário Rodrigo Decimo. Nenhum deles é um bolsonarista.
Pozzobom, aliás, não tem aparentemente nenhuma restrição com o presidente. E tanto é que conseguiu com a União a reversão de mais de R$ 30 milhões perdidos do antigo PAC e, outros, R$ 36 milhões para o Hospital Regional. Decimo é um técnico, um corpo estranho no meio da política. Ou seja, nenhum bolsonarista raiz votaria em um tucano e, principalmente, em uma dobradinha que não tem as bandeiras do bolsonarismo consigo.
ALIÁS...
A primeira visita ao Rio Grande do Sul, já na presidência da República, foi aqui. Em junho do ano passado, Bolsonaro esteve em Santa Maria e foi ovacionado por seu eleitorado. Na disputa mais inusitada e atípica de nossa recente democracia, iremos às urnas em 15 de novembro acompanhados de uma pandemia e de muitas incertezas. O que será da nossa economia ao fim desse pesadelo? Mas até que a tão esperada vacina surja, é difícil dizer e, ainda mais surreal, imaginar o que nos reserva a partir de 2021. Porém, uma coisa é previsível: os dirigentes partidários sabem que precisam fixar estratégias para tentar cativar os votos de um público extremamente fiel e praticante do jeito de ser e pensar de Jair Bolsonaro. Uma tarefa nada fácil que aguarda os responsáveis pelas peças publicitárias dos candidatos.